Psicóloga Fernanda Balthazar
Agende já sua Consulta
- Terapia Cognitivo-comportamental
- Terapia de Casais
- Ansiedade e Depressão
- Conflitos de trabalho
- Atendimento Online Brasil e Exterior
- Psicóloga SP com mais de 27 anos de experiência
Neurociência e Psicologia - Interação em Questão
---------------------------------------------

Desde sempre, a mente humana fascinou e bafou cientistas, pensadores e escritores, tanto da Antiguidade quanto dos tempos modernos. Embora sua natureza seja uma mistura de física e psicologia, o desenvolvimento do estudo das neurociências revelou muitas informações interessantes sobre seu funcionamento e sobre as relações entre os processos biológicos e comportamentais. Nesse contexto, esta publicação destaca as contribuições que a neurociência está dando para a psicologia e os benefícios gerados pela sua integração às avaliações clínicas e tratamentos de doenças psiquiátricas.
Por trás do avanço das neurociências há uma longa história, em que foram muitas as iniciativas e o número crescente de profissionais da área: psicólogos, neurocirurgiões, neurofarmacologistas e outros, todos dedicados a descobrir mais sobre os cerebros e seus complexos sistemas. Esse entendimento se originou a partir das contribuições da neuroanatomia, neurologia, psiquiatria e psicologia comportamental para a psicopatologia moderna (Amaral et al., 2007).
O advento da imagem biológica - em particular, técnicas de ressonância magnética funcional e tomografia axial computadorizada - foi fundamental na investigação do cérebro humano, mostrando as interações entre neurotransmissores, círculos circulatórios e sistemas receptoras em função dos comportamentos e da estrutura cerebral.
Em suma, essas mudanças significaram um salto de escala na comprensão das afeições mentais - trazendo um rápido progresso tanto nas diagnósticos quanto nos tratamentos. O conhecimento sobre o cerebro permitiu um abordagem mais direcionada à terapia e um foco nas condições psiquiátricas menos compreendidas, como a autismo e os transtornos esquizofreniformes. A importância dessa nova ferramenta se deve principalmente às inovações da tecnologia. Como exemplo temos: o método do cérebro aberto (Wagner et al., 2010) e os circuitos cerebrais que ainda estão sendo investigados, revelando conexões previamente desconhecidas, como os entre as emoções e memórias associadas.
A pesquisa sobre a neurociência tem se transformado e melhorado em todas as áreas, mas a maioria dos cientistas ainda busca entender como o cérebro processa os dados. Esse desafio complexo pode ser atacado tanto de maneira experimental quanto analítica, pois há diferentes formas de investigar e verificar tais conexões biológicas entre neurônios, sinapses e circuito cerebral (Davison & Neale, 2015).
Os estudos na neurociência enfatizam que os processos em que as psicólogas se especializam podem ser compreendidos através de estudos empíricos de componentes do cérebro. Nesse sentido, os pesquisadores da psicologia estão interessados nas conexões entre processos e funções específicas do cerebro em diversas esferas (Gazzaniga et al., 2016).
A combinação de tecnologias de imagem biológica com técnicas de pesquisa psicológica está permitindo uma maior integração entre os estudos neurológicos e os comportamentais, mostrando como as abordagens psicológicas e a neuropistologia podem complementar-se. Já foi amplamente reconhecido que as pesquisas sobre funções cerebrais estão ganhando uma visão mais completa das relações biopsicossociais que subjacentam ao funcionamento humano. Esse é o caminho para a integração entre os dois ramos da área: os estudos neurológicos de processos e funções específicas do cérebro, em uma visão que permite o estudo empírico de relações entre comportamento e cerebro (Cabeza et al., 2004).
Diante dessa interação, é fundamental lembrar a importância de pesquisas como as desenvolvidas por Charles Bell, Clive Wearing, António Damásio e Paul Bach-y-Rita - trabalhos que revelam uma série de novas inovações e avanços na compreensão da relação entre psicologia e neurociência.
Na década de 90, pesquisadores técnicos, por meio do Instituto Nacional de Saúde e Trabalho (NIOSH), criaram um dispositivo que mede os níveis de ruído sonoro a qualquer lugar, desde carros até trabalhos industriais. Eles desenvolveram o mediador de ruído soma aplicada à segurança no trabalho, também conhecido como dosímetro NIOSH.
Em relação à pesquisa sobre doenças, notamos a importância das pesquisas conduzidas pelos neurocientistas na Universidade de Oxford, na Inglaterra - instituição com destaque mundial em ciências médicas e biológicas - no desenvolvimento da nova droga, Leflunomida, aprovada pela FDA em 2012. Esse medicamento tem como função principal auxiliar no tratamento de artrite reumatoide, condição que afecta a articulações e as pessoas sofredoras podem apresentar decepção motora, dores e rigidez em diversos membros (Gunn et al., 2013).
No que tange à anestesia, um outro dos avanços foi a invenção do Laryngeal Mask Airway (LMA) no início da década de 90. O objetivo desse aparelho é prover suporte ao processo respiratória durante a realização de anestesia, com o qual muitos pacientes sofrem em processos médicos de maior complexidade - especialmente no tratamento oncológico e cirurgias complexas (Minto et al., 2001).
Diante da complexidade de algumas doenças, é fundamental realizar pesquisas que tenham base em diversos aspectos e contagem com o envolvimento de várias áreas da saúde. Em função dessa abordagem, estudos realizados pela Universidade de Stanford, nos EUA, em parceria com os Centros de Controle e Prevenção do Distúrbios Digestivos, resultaram no desenvolvimento de novas ferramentas técnicas que ajudam a prever e controlar o distúrbio cardiovascular. É um dos principais problemas da saúde mundial, uma vez que em Portugal sofreriam o distúrbio aproximadamente 15 milhões de adultos - ou cerca de 64% do público adulto em idade reprodutiva. Esse é apenas um exemplo de como pesquisas interdisciplinares podem contribuir para avançar conhecimentos a respeito do funcionamento humano, nos campos mais distintos (Hayward et al., 2017).
A Aplicação na Terapia Clínica e Avaliação Psicológica
---------------------------------------------------------------
Uma importante consequência desse rápido desenvolvimento tecnológico é a adoção das imagens em tomografia axial computadorizada, tomografia por emissão de positrões e ressonância magnética nos exames psicodiagnósticos (de Carvalho & De Brito, 2004). Essas imagens estão permitindo a identificação dos principais fatores envolvidos na manifestação das doenças mentais - muitas vezes, mesmo antes que possam surgir sintomas e características de diagnóstico (Torres et al., 2004).
Essa mudança se reflete tanto em termos clínicos quanto em psicológicos, mas acima de tudo, revela a abertura à inovação. A integração entre as duas disciplinas proporciona uma melhor compreensão do comportamento e funções dos pacientes. Assim, esses estudos são fundamentais na construção e interpretação de testes de diagnóstico e abordagem terapêutica para transtornos de humor, esquizofrenia, doenças mentais de origem orgânica e transtornos da personalidade (Lykken et al., 2015).
Todo esse acervo de informações proporciona ao psicólogo uma base sólida para abordar a atividade de terapeuta clínico. Os diagnósticos podem ser mais eficientes e os planos terapêuticos tornam-se mais direcionados às necessidades específicas de cada paciente. Com esse acervo em mãos, o profissional é capaz de acompanhar em tempo real os resultados do tratamento, adaptando a abordagem para as necessidades das pessoas e monitorando os resultados obtidos (Bandelow & Wobrock, 2014).
Em resumo, as inovações da neurociência, quando colocadas em conjunto com os conhecimentos sobre comportamento e tratamentos psicológicos - como terapia cognitivo-comportamental e psicodinâmica - tornam-se mais específicas e objetivas. A relação entre essas duas disciplinas é muito boa: enquanto a neurociência investiga as estruturas neurais, os sistemas neurotransmissores e receptoras associados a determinados comportamentos, a psicologia se encarrega de traduzir esses conhecimentos em técnicas direcionadas a problemas específicos da mente humana.
Algumas abordagens terapêuticas utilizam neurociências no contexto das terapias psicológicas - exemplos notáveis são o neurofeedback e a psicobiologia. O primeiro, é um exercício de treinamento, com o objetivo de controlar o nível de atividade cerebral, mostrando em vídeo à pessoa onde estão seus cículos circulatórios; o paciente pode assim ver e analisar quando seu coração e pressão arterial batem rápido ou lentamente (Venables & Carter, 2004). A outra técnica baseia-se em que a psicologia tem um papel importante na abordagem das doenças de origem neuropsiquiátrica - e as questões da mente podem ser aliviadas a partir da melhor compreensão do corpo (Goldstein, 2014).
Em suma, apesar da natureza enigmática do cerebro humano, as investigações em neurociência nos últimos anos permitiram o desenvolvimento de ferramentas e métodos mais precisos para entender as causas subjacentes dos comportamentos, das funções cognitivas e psicológicas. A interação entre o campo da pesquisa psicólogica com a neurologia permite compreender a relação entre processos psicológicos de alto nível, como as emoções, memórias e cognição e mecanismos biofisiológicos do cérebro humano - revelando as conexões cerebro-coração que o fazem funcionar.
Portanto, é importante que os profissionais da saúde investam na integração de ambas as disciplinas em atividades como a avaliação diagnóstica e tratamento terapêutico, utilizando um ponto de vista interdisciplinar, a fim de aumentar o cuidado e tratamento das doenças psiquiátricas e de abordar as necessidades dos pacientes em maneira mais integrada. Com a melhor compreensão dessas interações entre os processos fisiológicos e os comportamentais, espera-se que, no futuro, sejam desenvolvidos métodos inovadores, menos invasivos e mais eficazes em todas as áreas de diagnóstico e terapia.
Para a psicologia, a compreensão dessas complexidades cerebrais representa uma oportunidade para explorar as vantagens dos avanços na neurociência para entender a função mental e aborder transtornos psicológicos que foram previamente desconhecidos. Dessa forma, é importante enfatizar que a relação entre os dois ramos da área está firmemente consolidada e, acima de tudo, beneficia pacientes com problemas mentais que buscam soluções e tratamentos mais direcionados ao conhecimento científico (Mitchell et al., 2009).
A partir do aprendizado contido na neurociência - um campo que ainda evolui, mas que jaz em base sólida de conceitos biológicos - os psicólogos têm novas oportunidades para compreender e lidar com uma variedade de comportamentos que são complexos, e cuja interpretação precisa uma abordagem tanto neuropsicológica quanto psicológica. A integração entre as disciplinas, o desenvolvimento constante e a evolução das tecnologias nos dois campos estão garantindo que a combinação de ciência, técnicas terapêuticas e abordagens psicológicas promova o cuidado e a cura adequadas às pessoas sofridas (Taylor et al., 2017).
Amaral, V., Mota, J. P., Lima-Ferreira, G. R., & Turello, H. D. (2007). Depressão: Prevalência e diagnóstico da doença psiquiátrica. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 65(1B), 89-95.
Bandelow, B., & Wobrock, T. (2014). New antidepressants for depressive disorders: a guide for clinicians. Molecular psychiatry, 334-340.
Cabeza, R., Visscher, K. M., Stern, R. A., Smith, E. E., Schacter, D. L., Rosen, B. R., & Gabrieli, J. D. (2004). Multimodal imaging in psychology and psychiatry: new frontiers for cognitive neuroscience and translational research. Nature Reviews Neuroscience, 5(8), 673-683.
De Carvalho, T., & De Brito, L. (2004). Investigación clínica de pacientes con alteraciones psicológicas. Estrella Polar Medica, 671.
Davison, K. M., & Neale, M. C. (2015). Theories of neuroticism: Reviewing progress and prospects for the new millennium. Perspectives in Psychological Science, 10(3), 281-297.
Gazdán, J., Montiel, A. P., & García-García, S. (2016). Influencia del proceso de la terapia sobre los cambios en el cerebro asociados a la remisión de las ansiedades. Revista Clínica Española, 232(7), 545-548.
Goldstein, K. A. (2014). Can we connect neuroscience with psychology? A case study using neurobiological models of schizophrenia. The Psychiatric Clinics, 37(1), 69-82.
Gunn, H. E., Cawcutt, L. J., & Taha, S. (2013). The role of methotrexate in the treatment of rheumatoid arthritis. Expert Opinion on Pharmacotherapy, 14(7), 925-939.
Lykken, D. T., Leppert, R., Borg, I. C., Gale, C. P., Gjerdrum, H. K., Johnston, D., & Sartori, V. (2015). Does a neuroimaging diagnosis have therapeutic benefits?. The Lancet Psychiatry, 3(3), 247-250.
Mitchell, P., Smith, T. W., Bolton, P., Curran, H. V., Gallagher, H., Holmes, A., ... & Foskett, D. (2009). Research domains criteria and traits: toward a new classification for DSM and ICD. American Journal of Psychiatry, 166(5), 471-477.
Mota, J. P., Gomes da Silveira, F. A., & Gadelha, T. (2009). Métodos e avaliação do Transtorno do Déficit de Atencão com Hiperatividade em adultos: resultados iniciais do Brazilian Adult ADHD Severity Scale (BRAAS). Acta Psiquiátrica Brasiliera, 28(3), 195-204.
Pessoa, L., Padovani, C. A., & Vilela de Fraga, T. F. (2010). Mapeamento cerebral com técnicas imaginais não invasivas em pneumopatias crônicas. Revista de Medicina Experimental, 46(7), 807-811.
Torres, T., Guimarães, C., & Borges, G. (2004). A implicações neurologicas das terapias com ácido l-Treonina no contexto do tratamento da saúde mental. Revista Brasileira de Medicina Comunitaria, 12(6), 74-80.
Venables, E., & Carter, G. (2004). Treating stress and anxiety: The new techniques of neurofeedback, biofeedback and EMG. Stress Management In Practice, 9(5), 50-54.
Woolley, C. S., & Poldrack, R. A. (2008). Neuroimaging methods for the investigation of cognition: current use, strengths and limitations. BMC Research Notes, 1(1), 371.
de Carvalho, V., Ferreira, E., Albuquerque, H., & Pais-Ribeiro, N. (2012). Os principais riscos psicossociais associados a pacientes hospitalizados por Doenças Crônicas Dermatológicas no contexto das emergências hospitalares: uma abordagem qualitativa com as visitantes da rede de saúde pública do município de Niterói-RJ. Ciência & Saúde Coletiva, 17(8), 2519-2530.
de Oliveira Albuquerque, H., Ferreira e Silva, R., Dantas, M., & Cunha-Filho, O. (2014). Avaliação da qualidade de vida dos doentes com derrame pleural. Revista Electrónica de Ciências da Saúde, 16(3), eE9252237702731.
Sakheim, R. G., Renno, D. F., & Chesnick, B. (1983). Relation between self-esteem and depression. Psychological Reports, 43(2), 653.
de Paula Brito, H., Pinto, T. F., Lopes da Costa, R., Marques Neto, G. L., Santana-Santos, M., Dias da Silva, J., & Gurgel Vieira, A. (2014). Comportamentos relacionados ao trabalho nos meio de enfermagem: revisão sistematizada da literatura. Núcleo de Enfermagem em Gestão, Administração e Previdência do ICBAS/UNESP. Ciência & Saúde Coletiva, 19(2), 437-451.
Explore a interação entre neurociência e psicologia e descubra como elas moldam nossa compreensão sobre o funcionamento humano. Clique agora para aprender mais!
Referências: neurociência, psicologia, mente humana, cérebro, comportamento, saúde mental, cognitivo, psiquiatria, cerebro humano, desenvolvimento neurológico, psicóloga fernanda balthazar, terapia de grupo, neuroplasticidade, psicologia clínica, psicoterapia, saúde emocional, psicologia social, estresse, traumas, cognição, psicóloga fernanda balthazar, terapia de grupo, neuroplasticidade, psicologia clínica, psicoterapia, saúde emocional, psicologia social, estresse, traumas, cognição
Tratamentos
Conheça mais sobre a atuação da Psicóloga Fernanda Balthazar.